26/012012 - Justiça flagra ‘jeitinho’ na adoção - JC Net

26/01/2012 11:55

Com 180 casais, em média, a fila de adoção de crianças em Bauru tornou-se ‘assombração’ para alguns pretendentes. Mas a ânsia e a pressa em dispensar cuidados incondicionais ao próprio filho, neste caso ‘do coração’, têm levado homens e mulheres a lançar mão de ao menos cinco estratégias para burlar a sequência de nomes que os antecede, na comarca local. Ciente, a Justiça não só vem identificando tais iniciativas como tem trabalhado para evitar que elas prejudiquem os que aguardam a convocação legal.

Segundo a reportagem apurou, tais manobras têm provocado vários pedidos de exames de DNA. Compreensível. São vários os casos relatados nos corredores do Fórum em que a esposa recebe em casa a amante do marido, que está grávida dele. Tanta bondade feminina suscitou desconfianças. Estranhamente, em todos os casos, as respectivas gestantes abrem mão do bebê logo após o parto. Numa nova demonstração de nobreza, as ‘titulares’ demonstram interesse em registrar a criança.

Diante de situações desta natureza, os exames são solicitados para confirmar a paternidade. Até agora, nenhum dos pedidos foi procedente. Ou seja, eles não eram pais biológicos como afirmaram em juízo. Tudo indica que várias das mulheres acolhidas pelos casais sejam vítimas do crack. Recebem guarida durante a gestação com o compromisso de deixar o recém-nascido com o casal. Ampará-las durante a gravidez não constitui crime, contexto que muda com as afirmações falsas no pedido de reconhecimento da criança.

Outra alegação semelhante, igualmente inverídica, também tem batido às portas da Justiça, que mais uma vez solicita o exame de DNA. Supostos parentes de dependentes químicos procuram o Fórum, onde explicam que os pais não têm condições de criar o bebê e se dispõem a fazê-lo. Em grande parte dos casos, são familiares do pai do recém-nascido – tão viciado quanto a mãe. Por enquanto, todos os exames desmentiram as afirmações.

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