27/11/2011 - (Domingo) Adoção deixou de ser tabu e segredo para se transformar em orgulho - Estado de Minas
Nas vésperas do Natal de 2008, a pedagoga Luciana de Pinho Tavares, de 38 anos, recebeu ligação de um abrigo em Bambuí avisando que havia uma menina, de 4 meses, mas que era um bombonzinho. O eufemismo queria dizer que se tratava de uma criança negra. Só agora, aos 3 anos, Maria Clara começa a perceber a diferença na cor da pele. Outro dia brincou que ela é marrom, que eu sou rosa e que o vovô é branco, porque tem a cabeça branca, conta a mãe, sem esconder o orgulho em relação à filhota, mais esperta do que tudo. Desde o namoro, ela e o marido, o administrador Anderson Henriques Resende, de 41 anos, sonhavam em engravidar e depois tentar a adoção. Após dois tratamentos de fertilização, decidiram inverter o processo. Se soubesse como é bom, não teria gastado tanto nem me desgastado tanto, admite Luciana, que permanece na fila da adoção, agora candidata a ter um filho com mais de 5 anos e que pode ter um problema leve de saúde: Se fosse engravidar, não teria que aceitar o que viesse na barriga.