24/08/2011 - MG: Casal sequestrava criança para conseguir pensão da Polícia Militar - O Globo
BELO HORIZONTE - A polícia de Minas Gerais concluiu as investigações sobre o sequestro de uma menina de 7 anos, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Um casal foi preso na semana passada. O homem e a mulher também foram apontados como responsáveis pelo cárcere privado de uma jovem, hoje com 25 anos.
A investigação confirmou os crimes de sequestro e cárcere privado. E descobriu que o objetivo do casal era obter vantagens da previdência da Polícia Militar. Segundo o inquérito, a menina de 7 anos foi levada por Neli Maria Neves e Jair Narciso Lacerda, policial militar reformado, no dia 7 de agosto em Contagem, em uma feira de artesanato. A garota recebeu nova certidão de nascimento como filha legítima de casal. Com isso, segundo a delegada que investiga o caso, a família receberia benefícios concedidos a dependentes de militares. RELEMBRE O CASO:Jovem era mantida em cárcere privado desde a infância em Minas Gerais LEIA TAMBÉM:Jovem libertada em Minas Gerais é parente de mulher que a mantia em cativeiro por 20 anos Segundo a polícia, isso é o que também teria motivado o cárcere privado de uma jovem por mais de 20 anos na casa de Neli e Jair. Ela também ganhou registro falso como filha legítima do casal. Há suspeita de que documentos foram forjados para atestar a insanidade mental da jovem, que garantiu benefícios financeiros também concedidos pela PM à família. - A polícia aponta esta jovem vítima tanto quanto a infante. Esta jovem permaneceu em cárcere por 24 anos. Um cárcere dominado, vigiado, mediante a utilização de psicotrópicos - afirmou a delegada Cristina Cicarelli. A jovem de 25 anos, que era mantida em cárcere privado, não podia sair de casa desacompanhada e vizinhos sequer sabem reconhecer seu rosto. A casa estava sempre fechada. Neli e Jair foram indiciados pelo crimes de sequestro, cárcere privado da jovem e da menina de 7 anos e registro falso. Dois irmãos de Neli, que foram testemunhas no cartório, serão indiciados por falsidade ideológica. Segundo a polícia, eles mentiram para facilitar o registro da criança. O casal continua preso. A polícia descobriu que uma irmã de Neli usou a mesma maneira para registrar em nome de um PM uma filha que não era dele.
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