06/02/2012 - Especialista em direito homoafetivo faz um balanço das conquistas de travestis e transexuais - Ultima Instância

06/02/2012 07:06

 

Carla Amaral é presidente do Transgrupo Marcela Prado – uma associação paranaense que agrega travestis e transgêneros – e afirma ser a primeira transexual do estado do Paraná a conseguir na Justiça a troca do nome civil sem ter se submetido ao procedimento cirúrgico de mudança de sexo. Na busca pela expansão dos direitos do grupo que representa, Carla acredita que a questão principal é fazer com que a sociedade enxergue a identidade que a pessoa transgênera enxerga de si. “Não se adequando a questões de aparência, a pessoa assume uma identidade e busca referências”, explica.

 

Carla afirma também que o movimento trans, há algumas semanas, sofreu um revés em sua busca por legitimação. Ela se refere ao episódio ocorrido com o cartunista Laerte, numa pizzaria na zona oeste paulistana. Na ocasião, o sexagenário que se veste de mulher desde 2009 foi impedido pelo gerente do restaurante, após o pedido de uma cliente, de utilizar o banheiro feminino.

Laerte rejeita a distinção por gêneros, e afirma não existir uma palavra que o defina precisamente. Embora o cartunista reivindique o direito de usar o banheiro feminino, já utilizou as dependências públicas masculinas travestido de mulher. É justamente esse discurso que Carla Amaral critica. Ela entende – e diz acreditar que a comunidade transgênera como um todo também compartilha da mesma opinião – que a postura de Laerte diminui a credibilidade da busca por direitos transgêneros. “Descaracteriza toda uma luta de um coletivo que vivencia de maneira real, e não de maneira fetichista”, afirma.

 

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